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sexta-feira, 28 de junho de 2013

O Transporte no Amazonas



Por José Ricardo Wendling


É preocupante o gargalo logístico em que o Brasil se encontra, principalmente, na nossa região. O Governo Federal projeta investimentos de R$ 133 bilhões em 25 anos, sendo R$ 42 bilhões para as rodovias e R$ 91 bilhões em ferrovias, além das novas medidas de melhoria na gestão dos portos discutidas no Senado Federal. No Amazonas, o transporte precisa ser repensado e modernizado, com alternativas mais adequadas para a realidade do Estado.

Poucas são as rodovias e cada uma com inúmeros problemas. A BR-319, importante ligação ao restante do Brasil, porém, com quase 400 km de trechos interditados; a BR-174, como alternativa de saída para o Caribe, mas com quase 250 km sem asfalto, o que em períodos chuvosos dificulta o trânsito no trecho; e a BR-163, importante alternativa com saída para o Mato Grosso, todavia, abandonada e em péssimas condições de tráfego.

A ausência de malha viária adequada para o escoamento de produção, aliada à intransponibilidade das barreiras colocadas naturalmente pelas florestas e pelos rios, faz com que na distribuição para o interior seja utilizado mais frequentemente o transporte fluvial.

Por isso, se faz necessário uma atenção, não menos importante com as hidrovias, no fortalecimento do sistema na região, sobretudo, na reestruturação e na ampliação de diversos portos fluviais, no tratamento do leito navegável, nos balizamentos dos rios e na intensificação dos serviços de sinalização e de fiscalização, que devem melhorar com o advento do Polo Naval e das obras de construção e de revitalização dos portos nos interiores do Amazonas pelos governos Estadual e Federal. Vale ressaltar que estas obras estão atrasadas há tempos, e o governo precisa olhar com mais atenção para este assunto.

O Amazonas possui vinte e cinco mil quilômetros de rios navegáveis, mais que o dobro das estradas existentes pavimentadas, porém, nesse modal, as viagens são mais longas, onde alguns produtos perecíveis não conseguem chegar à mesa do interiorano.

Em razão das dificuldades encontradas por terra e água, a distribuição de cargas na região por transporte aéreo vem ganhando força. Porém, a agilidade do serviço esbarra inevitavelmente nos custos maiores, ocasionados principalmente pelos vazios estruturais que servem de ponto de abastecimento para as aeronaves, normalmente de pequeno e médio porte e baixa autonomia de voo. Espera-se que com os novos investimentos, na ordem de mais de R$ 830 milhões, em projeto de melhorias e de ampliação da malha de 25 aeroportos no interior do estado, fomente a integração de desenvolvimento logístico.
         
Além disso, outros meios de transporte poderiam ser testados no AM. Os históricos “Zeppelins”, tecnicamente denominados dirigíveis,e os atuais e adaptados “Hovercraft´s” (aerobarco inventado em 1953, na Inglaterra), com modelos já adaptados para a região, são alternativas interessantes, não para substituir, mas para somar e suprir a demanda para uma região tão desafiadora na área logística.

O dirigível, primeiro e mais antigo e não menos possível, torna-se uma alternativa intermodal, visto que estudos recentes feitos pelo BNDES e por empresas, como a Bertolini/Airship, tornam o equipamento viável, com custos maiores que o rodoviário e menor que o aéreo, desde que produzido e utilizado em grande escala.

Por outro lado, destaca-se o “Hovercraft”, um tipo híbrido de veículo anfíbio movido por turbo hélice, recentemente demonstrado aos parlamentares da Assembleia Legislativa do Amazonas, produzido no PIM, que navega 1 metro sobre a água, velocidade cruzeiro de 100 km/hora, e transpõe com facilidade obstáculos como toras e bancos de areia, tão comuns na região, além de possuir grande capacidade de carga e de transporte de passageiros.
                
O Governo Federal e o Governo Estadual precisam olhar com mais atitude e criatividade a questão da logística, alinhada com o meio sustentável, pois o papel da infraestrutura de transporte é primazia para o crescimento do desenvolvimento econômico do Amazonas.

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