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terça-feira, 29 de outubro de 2013

MAIS PLANEJAMENTO, MENOS UTOPIA – UM CASO RUSSO DE SUCESSO.



País Rússia, o ano era 2005, o sonho – ser campeão mundial de futebol de praia, título que o Brasil já conquistou mais de 10 vezes. Para muitos, motivo de piada, para o engenheiro espacial russo Sergey Nechaev, algo possível desde que houvesse organização e planejamento de longo prazo.

Em seis anos, uma ideia que parecia utopia, se tornava algo concreto. No primeiro campeonato eram seis clubes, este ano somaram-se trezentos clubes, e a surpreendente conquista de três títulos sobre o Brasil: Copa do Mundo de Futebol de Areia da FIFA (2011), e duas edições da Copa Intercontinental (2011 e 2012). Num país onde há apenas três meses de verão e o restante de tempo, um inverno nevado e rigoroso, e onde não há sequer areia nas pouquíssimas e gélidas praias russas, mas apenas pedras. Obstáculos? Sim, mas que foram vencidos com criatividade, ousadia, e acima de tudo planejamento e organização.

Em artigo publicado, comentei sobre o diferencial que o Amazonas possui em relação as demais regiões, sua biodiversidade e o enorme desafio da inserção efetiva de toda essa biodiversidade no contexto de Ciência, Tecnologia e Inovação, objetivando trabalhar principalmente sobre nossa vocação latente e abundante, para transformar conhecimentos novos em resultados sustentáveis e duradouros, e quiçá no futuro ser independente das benesses fiscais do executivo.

E qual a relação desse caso russo com a realidade de nosso Estado? Toda, pois de um lado encontra-se um exemplo de planejamento e organização, e do outro lado a falta de ambos. Temos vários problemas, e todos eles necessitam de planejamento e organização para serem corrigidos, mas quero me ater a um deles, a Educação, e sendo mais específico, a educação superior.

A educação superior atualmente urge mais do que uma ferramenta de construção, ela é, além disso, um dos principais pilares que formam a base para o planejamento do futuro econômico do Amazonas.

Constrange-nos saber que temos apenas duas universidades públicas, uma federal e a mais antiga do país e outra estadual que abrange um terço dos municípios, para um estado como o Amazonas que é a sexta economia do país e contribui com 1,25% do PIB nacional e com uma população de 3,8 milhões de habitantes.

Sem a educação como pilar fundamental não há desenvolvimento, e sem desenvolvimento não há sustentação econômica. A Zona Franca de Manaus foi concebida como um modelo de irradiação de desenvolvimento e ocupação equilibrada e sustentável, e por isso é inadiável rever os recursos destinados para esses fins, e nesse ponto de vista é incabível qualquer desculpa para não haver uma educação superior de maior qualidade para nossos jovens e profissionais. Além disso, a Amazônia carece de estudos e pesquisas que possam promover o conhecimento mais abrangente e aprofundado de sua riquíssima biodiversidade. Por isso a necessidade do desenvolvimento intelectual de uma das regiões mais isoladas do País.

Por isso a sugestão da criação de uma nova universidade federal para o Amazonas. Temos a necessidade de ampliar o ensino e a pesquisa no Amazonas, dar mais oportunidade aos jovens, buscando impulsionar o desenvolvimento social e econômico da região.

Enquanto Minas Gerais possui 11 Universidades, Rio Grande do Sul 07, Bahia 05 universidades, e o Pará com 04 universidades, o Amazonas possui apenas 01 universidade federal.


Além do PIM, temos a implantação do polo naval, a possibilidade de um polo de mineração, além de uma região com incrível potencial fitoterápico, ou seja, temos uma diversidade de oportunidades, mas sem o devido planejamento e organização, com base na educação de qualidade e excelência, todo o processo de desenvolvimento de nossa região e todos os recursos investidos estarão comprometidos.

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