País Rússia, o ano era 2005, o
sonho – ser campeão mundial de futebol de praia, título que o Brasil já
conquistou mais de 10 vezes. Para muitos, motivo de piada, para o engenheiro
espacial russo Sergey Nechaev, algo possível desde que houvesse organização e
planejamento de longo prazo.
Em seis anos, uma ideia que
parecia utopia, se tornava algo concreto. No primeiro campeonato eram seis
clubes, este ano somaram-se trezentos clubes, e a surpreendente conquista de
três títulos sobre o Brasil: Copa do Mundo de Futebol de Areia da FIFA (2011),
e duas edições da Copa Intercontinental (2011 e 2012). Num país onde há apenas
três meses de verão e o restante de tempo, um inverno nevado e rigoroso, e onde
não há sequer areia nas pouquíssimas e gélidas praias russas, mas apenas pedras.
Obstáculos? Sim, mas que foram vencidos com criatividade, ousadia, e acima de
tudo planejamento e organização.
Em artigo publicado, comentei sobre o diferencial que o Amazonas possui em relação as
demais regiões, sua biodiversidade e o enorme desafio da inserção efetiva de
toda essa biodiversidade no contexto de Ciência, Tecnologia e Inovação,
objetivando trabalhar principalmente sobre nossa vocação latente e abundante, para
transformar conhecimentos novos em resultados sustentáveis e duradouros, e
quiçá no futuro ser independente das benesses fiscais do executivo.
E qual a relação desse caso russo
com a realidade de nosso Estado? Toda, pois de um lado encontra-se um exemplo
de planejamento e organização, e do outro lado a falta de ambos. Temos vários
problemas, e todos eles necessitam de planejamento e organização para serem
corrigidos, mas quero me ater a um deles, a Educação, e sendo mais específico,
a educação superior.
A educação superior atualmente
urge mais do que uma ferramenta de construção, ela é, além disso, um dos principais
pilares que formam a base para o planejamento do futuro econômico do Amazonas.
Constrange-nos saber que temos
apenas duas universidades públicas, uma federal e a mais antiga do país e outra
estadual que abrange um terço dos municípios, para um estado como o Amazonas
que é a sexta economia do país e contribui com 1,25% do PIB nacional e com uma
população de 3,8 milhões de habitantes.
Sem a educação como pilar
fundamental não há desenvolvimento, e sem desenvolvimento não há sustentação
econômica. A Zona Franca de Manaus foi concebida como um modelo de irradiação
de desenvolvimento e ocupação equilibrada e sustentável, e por isso é inadiável
rever os recursos destinados para esses fins, e nesse ponto de vista é
incabível qualquer desculpa para não haver uma educação superior de maior
qualidade para nossos jovens e profissionais. Além disso, a Amazônia carece de
estudos e pesquisas que possam promover o conhecimento mais abrangente e
aprofundado de sua riquíssima biodiversidade. Por isso a necessidade do
desenvolvimento intelectual de uma das regiões mais isoladas do País.
Por isso a sugestão da
criação de uma nova universidade federal para o Amazonas. Temos a necessidade
de ampliar o ensino e a pesquisa no Amazonas, dar mais oportunidade aos jovens,
buscando impulsionar o desenvolvimento social e econômico da região.
Enquanto Minas Gerais possui 11
Universidades, Rio Grande do Sul 07, Bahia 05 universidades, e o Pará com 04
universidades, o Amazonas possui apenas 01 universidade federal.
Além do PIM, temos a implantação
do polo naval, a possibilidade de um polo de mineração, além de uma região com
incrível potencial fitoterápico, ou seja, temos uma diversidade de oportunidades,
mas sem o devido planejamento e organização, com base na educação de qualidade
e excelência, todo o processo de desenvolvimento de nossa região e todos os
recursos investidos estarão comprometidos.
.jpg)
Nenhum comentário:
Postar um comentário