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terça-feira, 15 de outubro de 2013

A INTERIORIZAÇÃO DA ZFM E A REGIÃO METROPOLITANA DE MANAUS



A Zona Franca de Manaus, criada em 1967 teve como seu objetivo inicial inserir no interior da Amazônia um centro industrial, comercial e agropecuário que viabilizasse o seu desenvolvimento e seu povoamento em função da necessidade de uma base estratégica para o país na região, isto tudo iniciado em 06/06/1957. Após 56 anos de sua concepção, e 46 anos de implantação, o modelo ainda não atingiu seu intento de espraiar o desenvolvimento ao interior, e recebe mais do que nunca críticas pelo restante do país, mesmo mantendo de pé mais de 90% de suas florestas intactas, além de repassar gordas arrecadações federais.

Em 24/10/2011, durante o ato da inauguração da Ponte Rio Negro, boas novas foram entregues junto com a ponte pela Presidenta Dilma: a prorrogação da ZFM por mais 50 ano e a extensão de seus benefícios à (RMM). Mas fica a pergunta, como a região está preparada para acolher empreendimentos para a concessão desses incentivos? Qual a estrutura atual?

Muitas restrições ainda são visíveis nessa região com mais de 101.475 km², cerca de 2,1 milhões de habitantes onde Manaus concentra 85%. Com PIB mais de R$ 51 milhões, enquanto os municípios de Careiro da Várzea, Iranduba, Itacoatiara, Manacapuru, Novo Airão, Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva, vivem num longo vazio econômico.


Com municípios distantes entre si e uma ausência grave de infraestrutura: energia elétrica instável, internet banda larga só no nome, aeroportos deficientes, saídas por terra, e pasmem, portos desestruturados, que são alicerce para o principal modal de transportes de nossa região, o fluvial.

Penso que além da necessidade de aprovar tal projeto, há outras necessidades que urgem, além disso. Não se pode colocar a carroça na frente dos bois, precisamos paralelamente discutir mais o modelo antes de ampliá-lo e estendê-lo, e como ele poderá funcionar na (RMM) e dentro dessas discussões implantarmos algo concreto e acima de tudo planejado. Não podemos mais crescer desordenadamente, o desenvolvimento regional ou local depende da conciliação das políticas do Estado com os objetivos locais e seus potenciais naturais, e o planejamento estratégico para a implantação dos alicerces necessários para essa extensão.

A solução dos problemas regionais e, por conseguinte, a melhoria da qualidade de vida, demanda o fortalecimento da sociedade e das instituições locais, pois são estas que transformarão o impulso externo de crescimento em desenvolvimento. Esse fortalecimento envolve capacitação técnica e profissional dos recursos humanos disponíveis, melhoria nos serviços públicos disponibilizados. A internet, por exemplo, dá suporte a diversos tipos destes serviços públicos, mas ainda carece de profundas melhorias no interior.

Se o gargalo é infraestrutura, estrutura funcional e sistêmica dos serviços básicos, outro problema é a falta de profissionais qualificados decorrente, sobretudo do distanciamento entre a academia e o setor produtivo, precisamos aproximar mais as linhas de pesquisa às demandas do setor produtivo local.

O que pode ser feito em cada município? Qual a vocação produtiva e o que poderá ser priorizado em cada localidade, dentro de uma proposta de desenvolvimento regional?

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