A Zona Franca de Manaus, criada em 1967 teve como seu objetivo inicial inserir no interior da Amazônia um centro industrial, comercial e agropecuário que viabilizasse o seu desenvolvimento e seu povoamento em função da necessidade de uma base estratégica para o país na região, isto tudo iniciado em 06/06/1957. Após 56 anos de sua concepção, e 46 anos de implantação, o modelo ainda não atingiu seu intento de espraiar o desenvolvimento ao interior, e recebe mais do que nunca críticas pelo restante do país, mesmo mantendo de pé mais de 90% de suas florestas intactas, além de repassar gordas arrecadações federais.
Em 24/10/2011, durante o ato da
inauguração da Ponte Rio Negro, boas novas foram entregues junto com a ponte
pela Presidenta Dilma: a prorrogação da ZFM por mais 50 ano e a extensão de seus benefícios à (RMM). Mas fica a
pergunta, como a região está preparada para acolher empreendimentos para a concessão desses incentivos? Qual a
estrutura atual?
Muitas restrições ainda são
visíveis nessa região com mais de 101.475 km², cerca de 2,1 milhões de habitantes
onde Manaus concentra 85%. Com PIB mais de R$ 51 milhões, enquanto os municípios de Careiro da Várzea, Iranduba, Itacoatiara, Manacapuru,
Novo Airão, Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva, vivem num longo vazio econômico.
Penso que além da necessidade de
aprovar tal projeto, há outras necessidades que urgem, além disso. Não se pode
colocar a carroça na frente dos bois, precisamos paralelamente discutir mais o
modelo antes de ampliá-lo e estendê-lo, e como ele poderá
funcionar na (RMM) e dentro dessas discussões implantarmos
algo concreto e acima de tudo planejado. Não podemos mais crescer
desordenadamente, o desenvolvimento regional ou local depende da conciliação
das políticas do Estado com os objetivos locais e seus potenciais naturais, e o
planejamento estratégico para a implantação dos alicerces necessários para essa
extensão.
A solução dos problemas regionais
e, por conseguinte, a melhoria da qualidade de vida, demanda o fortalecimento
da sociedade e das instituições locais, pois são estas que transformarão o
impulso externo de crescimento em desenvolvimento. Esse fortalecimento envolve
capacitação técnica e profissional dos recursos humanos disponíveis, melhoria
nos serviços públicos disponibilizados. A internet, por exemplo, dá suporte a
diversos tipos destes serviços públicos, mas ainda carece de profundas
melhorias no interior.
Se o gargalo é infraestrutura,
estrutura funcional e sistêmica dos serviços básicos, outro problema é a falta
de profissionais qualificados decorrente, sobretudo do distanciamento entre a
academia e o setor produtivo, precisamos aproximar mais as linhas de pesquisa
às demandas do setor produtivo local.
O
que pode ser feito em cada município? Qual a vocação produtiva e o que poderá
ser priorizado em cada localidade, dentro de uma proposta de desenvolvimento
regional?


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