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sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Desenvolvimentistas e Monetaristas - Entendendo um pouco a guerra dialética entre os economistas.



Após a década de 1990, as ideias desenvolvimentistas parecem ter tomado novamente os espaços perdidos desde então. E para entender melhor esse debate crítico é preciso entender sobre as duas correntes que se digladiam.

Em primeiro lugar estão os MONETARISTAS, para estes, a meta principal é o controle da inflação. Se esta encontrar-se baixa e estável, e somado a isso houver respeito aos contratos e instituições, o desenvolvimento virá espontaneamente. Já para os DESENVOLVIMENTISTAS, a inflação sob controle não representa o todo, mas apenas um dos diversos requisitos para o crescimento e o desenvolvimento econômicos.

Para o grupo dos ortodoxos monetaristas, o desenvolvimento econômico tende a um processo natural que depende basicamente de boas políticas internas, como: governo frugal que não tribute demais, bom funcionamento da justiça, saúde, educação, setores básicos e fundamentais, além da defesa da concorrência. Se essas politicas forem adotadas, o desenvolvimento ocorrerá naturalmente.

Já para o grupo dos heterodoxos desenvolvimentistas, o processo de desenvolvimento econômico ocorre num contexto de forte conflito entre nações, especificamente no que tange a domínio de técnicas produtivas e capacidade de inovação. Para eles, ser desenvolvido significa dominar tecnologias avançadas de produção e criar capacidade e competências locais. A capacidade da economia deixa de ser algo que depende do individuo, como na visão ortodoxa, e passa a ser algo sistêmico.

Se para os heterodoxos desenvolvimentistas domar a inflação não é o bastante para se tornar um país rico, então o que de fato produz o desenvolvimento? A grosso modo: a capacidade local de utilização, geração e produção de tecnologias.

Um nível elevado de produtividade só poderá ser alcançado a partir da sofisticação do meio produtivo de uma economia, e esse resultado, para um economista desenvolvimentista, não ocorre de maneira natural devido a enorme competição existente no mercado mundial. Os mercados pioneiros ou first movers de países ricos têm vantagens enormes sobre seus concorrentes emergentes no que diz respeito a domínio de mercados.

Para o desenvolvimentista não existe objetivo de maior do que criar uma indústria local competente, capaz de produzir para o mercado mundial com alta excelência tecnológica. Como esses campeões locais não surgem naturalmente, o governo deve ajudar com subsídios, financiamentos etc., até que a empresa atinja sua escala e força ideal para competição no mercado local e mundial.

No Brasil temos casos interessantes de empresas  e setores que começaram públicos e depois foram desenvolvidos e ampliados pela iniciativa privada, podemos citar nesse caso a EMBRAER e anterior a ela o Proálcool.

É evidente que não há nenhuma garantia de sucesso, sobretudo quando exemplificamos os insucessos ligados a famigerada e ridícula CORRUPÇÃO, mas muitos dos gigantes asiáticos de hoje surgiram de estratégias desse tipo. Politicas de direcionamento estatal somada a uma competentíssima e eficiente iniciativa privada. Dada a nossa atual conjuntura macro, podemos dizer que duas cadeias estão na crista da onda: Construção civil e óleo e gás, no caso desta ultima, é evidente o interesse do atual governo e quiçá do próximo em desenvolver capacidades locais de produção. Aqui nós já começamos a privatizar a CIGÁS.


Portanto o papel do estado nesse contexto de desenvolvimento econômico é fundamental – para o bem ou para o mal.

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