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segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Investimentos em Manaus voltam a crescer.


Os investimentos na Zona Franca de Manaus (ZFM) voltaram a crescer em 2013 após uma queda de 5,34% em 2012 ante 2011, de acordo com dados da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).

Até agosto deste ano, já foram injetados US$ 10,4 bilhões no local, valor 3,62% superior aos US$ 10,1 bilhões investidos ao longo de todo o ano de 2012. Já em 2011, a ZFM recebeu aplicações de US$ 10,6 bilhões.

Uma das empresas que ajudaram a alavancar os números foi a chinesa Lenovo, uma das maiores fabricantes de computadores pessoais (PCs) do mundo. A companhia anunciou investimentos no país no ano passado e a operação foi concluída em janeiro deste ano com a compra da brasileira CCE.

Dentro do negócio estão três fábricas de televisores, celulares, notebooks, desktops e tablets na Zona Franca. As unidades montam os equipamentos, mas também há uma fábrica de placas no pacote.



A presença da CCE na Zona Franca foi um fator preponderante no negócio. "Para ser competitivo aqui, precisa fabricar no Brasil. E, para alguns produtos, é condição essencial produzir em Manaus" disse ao Valor PRO, serviço em tempo real do Valor, o diretor de operações da Lenovo, Paulo Renato Fernandes.
"Os incentivos fiscais que existem para TV, por exemplo, só tem em Manaus. Então qualquer fabricante de TV tem que estar instalado em Manaus", acrescentou o executivo.

Levantamento da Superintendência da Zona Franca de Manaus, feito a pedido doValor Pro, mostra que os investimentos líquidos estrangeiros nas empresas no Polo Industrial de Manaus somaram US$ 7,1 bilhões no ano passado (último dado disponível), uma alta de 23,96% ante os US$ 5,7 bilhões apurados em 2011.

Segundo o levantamento, as companhias japonesas estão em primeiro lugar no ranking dos estrangeiros que mais investiram na ZFM (US$ 2,6 bilhões) no ano passado. Em seguida vem as empresas da Coreia do Sul (US$ 1,1 bilhão em 2012) e as dos Estados Unidos (US$ 891 milhões). As empresas chinesas aparecem em 25° lugar nesta listagem, com US$ 15 milhões aplicados. Esse desempenho deve mudar em 2013, já que a aquisição da CCE custou cerca de US$ 300 milhões. (LM e ES).

Fonte: Valor Pro

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Desenvolvimentistas e Monetaristas - Entendendo um pouco a guerra dialética entre os economistas.



Após a década de 1990, as ideias desenvolvimentistas parecem ter tomado novamente os espaços perdidos desde então. E para entender melhor esse debate crítico é preciso entender sobre as duas correntes que se digladiam.

Em primeiro lugar estão os MONETARISTAS, para estes, a meta principal é o controle da inflação. Se esta encontrar-se baixa e estável, e somado a isso houver respeito aos contratos e instituições, o desenvolvimento virá espontaneamente. Já para os DESENVOLVIMENTISTAS, a inflação sob controle não representa o todo, mas apenas um dos diversos requisitos para o crescimento e o desenvolvimento econômicos.

Para o grupo dos ortodoxos monetaristas, o desenvolvimento econômico tende a um processo natural que depende basicamente de boas políticas internas, como: governo frugal que não tribute demais, bom funcionamento da justiça, saúde, educação, setores básicos e fundamentais, além da defesa da concorrência. Se essas politicas forem adotadas, o desenvolvimento ocorrerá naturalmente.

Já para o grupo dos heterodoxos desenvolvimentistas, o processo de desenvolvimento econômico ocorre num contexto de forte conflito entre nações, especificamente no que tange a domínio de técnicas produtivas e capacidade de inovação. Para eles, ser desenvolvido significa dominar tecnologias avançadas de produção e criar capacidade e competências locais. A capacidade da economia deixa de ser algo que depende do individuo, como na visão ortodoxa, e passa a ser algo sistêmico.

Se para os heterodoxos desenvolvimentistas domar a inflação não é o bastante para se tornar um país rico, então o que de fato produz o desenvolvimento? A grosso modo: a capacidade local de utilização, geração e produção de tecnologias.

Um nível elevado de produtividade só poderá ser alcançado a partir da sofisticação do meio produtivo de uma economia, e esse resultado, para um economista desenvolvimentista, não ocorre de maneira natural devido a enorme competição existente no mercado mundial. Os mercados pioneiros ou first movers de países ricos têm vantagens enormes sobre seus concorrentes emergentes no que diz respeito a domínio de mercados.

Para o desenvolvimentista não existe objetivo de maior do que criar uma indústria local competente, capaz de produzir para o mercado mundial com alta excelência tecnológica. Como esses campeões locais não surgem naturalmente, o governo deve ajudar com subsídios, financiamentos etc., até que a empresa atinja sua escala e força ideal para competição no mercado local e mundial.

No Brasil temos casos interessantes de empresas  e setores que começaram públicos e depois foram desenvolvidos e ampliados pela iniciativa privada, podemos citar nesse caso a EMBRAER e anterior a ela o Proálcool.

É evidente que não há nenhuma garantia de sucesso, sobretudo quando exemplificamos os insucessos ligados a famigerada e ridícula CORRUPÇÃO, mas muitos dos gigantes asiáticos de hoje surgiram de estratégias desse tipo. Politicas de direcionamento estatal somada a uma competentíssima e eficiente iniciativa privada. Dada a nossa atual conjuntura macro, podemos dizer que duas cadeias estão na crista da onda: Construção civil e óleo e gás, no caso desta ultima, é evidente o interesse do atual governo e quiçá do próximo em desenvolver capacidades locais de produção. Aqui nós já começamos a privatizar a CIGÁS.


Portanto o papel do estado nesse contexto de desenvolvimento econômico é fundamental – para o bem ou para o mal.